Sobre o OGC
O Observatório Gaúcho da Carne (OGC) surge a partir de uma demanda das lideranças das entidades privadas da pecuária gaúcha, tendo como apoiadores formais do projeto a SEAPI-RS (Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul), a Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul), o Fundesa (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal do Estado do Rio Grande do Sul) e o Sicadergs (Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado do Rio Grande do Sul). Diversas lideranças de outras entidades representativas da pecuária, como associações de produtores, entidades de pesquisa, academia, entidades representantes das indústrias frigoríficas, sindicatos rurais, também envolveram-se nos debates antecedentes que clamavam por ferramentas que ajudassem no desenvolvimento e valorização da pecuária gaúcha a partir de um núcleo de inteligência setorial.
O OGC contribui para reduzir a assimetria de informações entre os elos da cadeia produtiva da carne bovina, ao reunir o big data da pecuária do Rio Grande do Sul e do Brasil e transformá-lo em informação e conhecimento. Por meio de uma abordagem inovadora, o Observatório não coleta dados, e sim conecta grandes volumes de dados públicos homologados, obtidos das mais diversas fontes públicas oficiais e/ou acreditadas, transformando-os em informações que passam a ter significado, e apresentando-as em painéis analíticos de fácil consulta, permitindo a compreensão das atividades realizadas pelo setor produtivo desde o nascimento dos animais até a exportação dos produtos gaúchos.
Ao transformar dados em informação, o OGC conta as histórias da pecuária e do mercado de carnes gaúcho e sua inserção nacional e internacional. Estamos fornecendo ordem, simetria, racionalidade e compreensão das realidades e dos potenciais, por meio do conhecimento da realidade extraída dos fatos. Acreditamos em melhoria contínua e queremos continuar a colaborar, conectar e co-criar.
Tomando como modelos o Meat Market Observatory da Comissão Européia; o INAC – Instituto Nacional de Carnes do Uruguai, o Atlas da Complexidade Econômica da Harvard University e o Observatório da Complexidade Econômica do Massachussets Institute of Technology americanos, o Rio Grande do Sul passa a contar agora com uma ferramenta de informações inovadora e disruptiva, que certamente ajudará no melhor entendimento dos elos da cadeia produtiva da carne bovina gaúcha.
Projeto lançado durante a Expointer 2017, o OGC entra em atividade pública a partir março de 2018, como um presente para a pecuária gaúcha, sob forma de um website acessível a todos, ajudando a uniformizar as informações e permitindo uma melhor compreensão deste setor tão tradicional e importante para a economia gaúcha.
O Observatório Gaúcho da Carne se propõe a conquistar o espaço de entendimento do setor pecuário gaúcho, onde a informação extraída do big data constrói a confiança por meio da transparência. É a transformação do “big data” em “bife data”.
Metodologias OGC
Fontes de dados
O OGC utiliza dados públicos coletados por entidades acreditadas ou oficiais (legalmente responsáveis por esta coleta e disseminação), que atendam aos seguintes critérios: método adequado, consistente e constante de coleta dos dados, com uma série histórica representativa e contínua. Buscamos dados homologados que cumpram o ciclo de extração dos dados, até sua apresentação, de acordo com as fases mínimas do Big Data (Método CRISP-DM: classificação, associação, implementação e validação).
As principais bases de dados utilizados pelo OGC são:
- IBGE
- SECEX/MDIC
- Seapi/RS
- Programa Agregar-RS Carnes
- Emater
Cotação de boi e vaca elaborada pela Emater-RS
A coleta semanal é realizada nas regiões administrativas da Emater/RS, nas principais praças de produção e comercialização. A média de preços municipal (kg vivo) é realizada entre a coleta de dados de três fontes distintas, sendo que: no mínimo duas sejam de produtores criadores, podendo ser a terceira de cooperativa ou outra fonte de comercialização.
Cotação de boi e vaca elaborada pelo CEPEA/ESALQ/USP
Diariamente são consultados operadores que participam diretamente das efetivações dos negócios (pecuaristas, frigoríficos ou intermediários). Os canais para obtenção das informações sobre negócios compreendem a ligação telefônica, o aplicativo Cepea Boi e também o e-mail. O valor médio publicado é uma média simples das informações declaradas no dia da efetivação de negócios para animais provenientes do estado do Rio Grande Sul (quilo morto). A amostra inicial é analisada em relação à critérios estatísticos como desvio padrão e coeficiente de variação. O OGC apresenta a série histórica desde 3 de julho de 2012, início do levantamento pleno e anual de dados.
Nossas premissas
Início das análises
Trabalhamos com dados coletados a partir de janeiro de 2010, momento no qual nossas principais bases de dados estavam com sua coleta de dados totalmente digitalizadas. Algumas das bases de dados que utilizamos têm série histórica mais longa, porém preferimos uniformizar todas análises a partir de 2010, o que nos traz uma série histórica bastante interessante e permite uma boa compreensão de ciclos pecuários, fluxos de comércio e sazonalidades.
Dados de comércio internacional
A partir de 1997, o Brasil passou a utilizar, para efeito de classificação de mercadorias, a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), utilizada igualmente pelos demais países partícipes (Argentina, Paraguai e Uruguai). Este critério de classificação é baseado no Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias (SH), metodologia adotada pela quase totalidade dos países.
Após criteriosa análise, o OGC definiu utilizar as seguintes NCMs para análises de exportação e importação de carnes e subprodutos:
– 02011000; 02012010; 02012020; 02012090; 02013000; 02021000; 02022010; 02022020; 02022090; 02023000; 02061000; 02062100; 02062200; 02062910; 02062990; 02102000; 05040011, 05100010 e 16025000.
O OGC também definiu utilizar as seguintes NCMs para análises de exportação e importação de bovinos vivos:
– 01021010; 01021090; 01022110; 01022190; 01022911; 01022919; 01022990; 01029000; 01029011, 01029019 e 01029090.
Densidade
Para o Observatório Gaúcho da Carne, a Densidade é apresentada como o número de cabeças de bovinos por área municipal em hectares. São consideradas as áreas municipais rurais e urbanas, de forma unificada. As fontes de dados no Brasil infelizmente são contraditórias em alguns casos, e após longa análise e estudo escolhemos os dados de área municipal que julgamos mais adequados.
Portanto, quando apresentamos os valores de cabeças de bovinos por hectare, queremos demonstrar o rebanho total daquele município em relação à área do município, ou seja, não estamos tratando de lotação animal em cabeças por hectare dentro das propriedades rurais (o que seria uma medida de produtividade pecuária), já estes dados são de domínio apenas de cada produtor rural individual, dentro dos limites de sua propriedade.
Volumes de abate (cabeças) e pesos médios de carcaças
O OGC baseia-se na Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, publicada pelo IBGE, para realizar diversas análises nacionais de produção de carne, pesos médios de carcaça e volumes abatidos. Esta pesquisa investiga um cadastro de informantes composto por todos os estabelecimentos que efetuam a atividade de abate de bovinos e estão sob inspeção sanitária federal, estadual ou municipal. O cadastro é atualizado continuamente com dados do Ministério da Agricultura (S.I.F.) e das secretarias estaduais/municipais de agricultura. Como o abate de animais é, por lei, obrigatoriamente fiscalizado, e todos os estabelecimentos cadastrados são investigados, sem amostragem ou corte, a pesquisa representa o universo do abate formal de bovino do País. O abate informal não é investigado ou estimado, portanto não faz parte da pesquisa.
Observações
Nossos desafios
A construção do OGC é um desafio constante de mineração dos dados, acesso, normatização, cruzamento, análises e conferências. Acreditamos em melhoria contínua e estamos abertos a receber suas opiniões, dúvidas e sugestões. Entre em contato conosco sempre que desejar.
Município de Pinto Bandeira
Temporariamente os dados de Pinto Bandeira estão sendo analisados como uma zona sanitária de Bento Gonçalves.
Abates de bovinos nacionais
A pesquisa nacional de abates do IBGE é realizada mensalmente, porém publicada trimestralmente. É necessário aguardarmos a publicação dos dados, portanto pode haver assimetria na publicação dos dados de abates nacionais e estaduais.
Abates de bovinos no Rio Grande do Sul
O controle de animais guiados ao abate no estado do Rio Grande do Sul é realizado pelo SDA – Sistema de Defesa Agropecuária, à medida que cada transporte ocorre, portando há possibilidade de publicação dos dados mensalmente.